Alfabetos

ALFABETO ARAMAICO

Os ARAMAICOS constituem um grupo línguistico nascido na Síria no
Séc.XIII a.C. Inicialmente limitado à região de DAMAS e à SÍRIA do
Norte, o uso da língua aramaica estendeu-se a todos os países
semíticos, excetuando-se a Arábia e os territórios PÚNICOS.As grandes facilidades da escrita FENÍCIA, comparada com a escrita cuneiforme, levaram os aramaicos da SÍRIA a adotar a língua e o
alfabeto fenício para redigir os seus textos. A constituição de
um alfabeto próprio deveu-se à extraordinária difusão da língua
ARAMAICA, bem como à sua adoção, como uma das línguas oficiais, por
parte da chancelaria do Império PERSA.


ALFABETO ARMÊNIO

Terá sido cariado, segundo reza a tradição, por MASTOC que no
Séc.V d.C. ocupou as funções de intérprete da corte dos reinos
Da ARMÉNIA. Esta escrita, que comporta um jogo regular de vogais
e consoantes exatamente igual ao tipo GREGO, compreende diversos
caracteres introduzidos para se distinguirem dos sons estrangei-
ros da língua GREGA.


ALFABETO BIRMANÊS

Os Caracteres BIRMANESES são utilizados para transcrever a língua
falada até às fronteiras da CHINA, na região da INDIA ORIENTAL.
Os birmaneses herdaram a sua escrita do povo MON depois de terem
invadido o seu território em 1057, tendo este povo desaparecido
definitivamente em 1540 da nossa era.
Apesar da língua MON e a língua birmanesa atribuírem aos caracteres
valores fonéticos diferentes, as duas escritas são semelhantes,
de tal maneira que o alfabeto birmanês pode servir para transcrever
textos em MON.


ALFABETO BUGIS

Povo de marinheiros e comerciantes, constituem a maior parte da
população da Ilha de SÉLÈBÉS, habitada igualmente pelos MAKASSARS.
A sua literatura é parcialmente composta de textos escritos, tendo
muitas obras em prosa sido transmitidas por tradição oral. As
narrações lendárias e épicas, foram realizadas com a ajuda duma
língua poética que apresentava um grande número de palavras em
desuso em na linguagem corrente.
A posição característica dos signos vocais, bem como a incorporação
da vogal a, permitem atribuir ao alfabeto BUGI uma origem indiana,
sem, contudo, se poder precisar se ele provem diretamente dos
HINDUS ou de outros povos INDONÉSIOS.


ALFABETO CIPRIOTA

O CIPRIOTA, escrita silábica de origem desconhecida, foi
utilizada na gravação de inscrições de datação incerta. A
maioria delas foram datadas dos Séc.V e VI a.C., embora algumas
pareçam remontar ao Séc.VII. Estas inscrições, geralmente muito
curtas e compostas por nomes próprios, foram encontradas na Ilha
de CHIPRE e no EGITO, na cidade de ABIDOS. Alguma foram redigidas
em dialeto grego a que se chamou cipriota e outras numa língua
desconhecida.


ALFABETO ESLAVO

Diz-se que é CIRILICO, isto é: alfabeto atribuído a S.Cirilo e
utilizado na Rússia, Bulgária e Sérvia


ALFABETO ETRUSCO

Foi utilizado entre os Séc.VII e II a.C. por um povo cuja língua é
de origem desconhecida e de difícil tradução. A civilização Etrusca,
formada na TOSCÂNIA, atingiu o seu apogeu no séc.V, sofrendo o seu
declínio entre os Séc.IV e I a.C., na seqüência das invasões
gaulesas e das conquistas romanas.Apesar desta língua não poder ser fielmente catalogada na família
INDO-EUROPÉIA ou pré-indo-europeia, nem em nenhuma outra família
Lingüística até agora reconhecida, o seu alfabeto é semelhante a
um alfabeto grego primitivo utilizado pelos Dórios da Sicília.
As condições desta transmissão não foram.


ALFABETO FENÍCIO

A descoberta do alfabeto não consiste na invenção de uma série de
signos gráficos, mas na decomposição da palavra em sons simples, em
que cada qual é representado por um só signo. A dificuldade foi
resolvida uma só vez de uma forma original pelos fenícios. Desde o princípio, pela limpeza e precisão das formas, pela escolha sensata
de sons simples,este alfabeto, composto de vinte e duas consoantes,
atingiu a perfeição.O ALFABETO FENÍCIO ARCAÍCO, que está na origem de todos os alfabetos
atuais, apareceu pela primeira vez em BIBLOS. Uma inscrição desco-
berta em AKHIRAM, considerada como o mais antigo testemunho, foi
datada do séc. XIII a.c. As colônias fundadas pelos fenícios em
CHIPRE e no Norte de ÁFRICA e as feitorias instaladas no EGITO,
contribuíram definitivamente para a expansão deste alfabeto até
territórios que não sofreram diretamente a influência fenícia.

Os FENÍCIOS criaram, para além de uma escrita monumental, uma outra, cursiva, de que subsistiram raros exemplos, mas que se expandiu por
todo o mundo mediterrâneo, particularmente em CARTAGO. A ruína desta
cidade em 146 a.C. levou ao desaparecimento da escrita monumental
oficial em proveito da cursiva, conhecida pelo nome de PÚNICA, na
qual o desenho dos caracteres foi simplificado.

ALFABETO GERMANICO

RUNA – Cada uma das 24 letras do mais antigo alfabeto Germânico,
usado principalmente na ESCANDINÁVIA e nas ILHAS BRITÂNICAS,
entre os Sécs.III e VII d.C.


GREGO

ALFA – “A” - 1ª Letra (Símbolo de principio, por oposição a
Omega)
BETA – “B” - 2ª Letra (Usada como símbolo, com valores
diferentes, em matemática, astronomia
e química
GAMA – 3ª Letra
DELTA - 4ª Letra (Letra em forma de triângulo)
EPSILOM - “E” - 5ª Letra
ZETA ou DZETA - “Z” - 6ª Letra
ETA – “H” - 7ª Letra
MUIM - 8ª Letra
TETA - 8ª Letra
IOTA – “i” - 9ª Letra
LAMBDA - “L” - 11ª Letra
MU – “M” - 12ª Letra
NI - “N” - 13ª Letra
CSI - 14ª Letra
OMICRON - “O” - 15ª Letra
PI - 16ª Letra
RHO ou RO - “R“ - 17ª Letra
SIGMA – “S” - 18ª Letra
TAU - “T“ - 19ª Letra
FI - 21ª Letra
CHI - 22ª Letra
PSI - 23ª Letra
YPSILON - “Y”
ÔMEGA - “Z” Última letra do Alfabeto Grego, Símbolo de FIM,
TERMO


CAPA - “K”
QUI -


ALFABETO GUJRATI

O Caractere GUJRATI é utilizado na transcrição da língua falada na
província de GUJRAT, nordeste da INDIA Peninsular. esta escrita foi
adaptada pelos PERSAS, que a utilizaram na transcrição de edições
modernas de textos mais antigos. A escrita GUJRATI deriva dos mesmos tipos primitivos que o MAGARI,
mas tomou uma forma cursiva graças à supressão da barra horizontal
terminal no alto das letras.


ALFABETO HEBRAICO ou HEBREU

ALEF - 1ª letra, usado em matemática como símbolo de potência de
um conjunto
DALETE – 4ª letra do alfabeto Hebraico
SAMEQUE – 15ª letra, correspondente ao nosso “ESSE”
TAU - Última letra do alfabeto Hebraico


Os antigos HEBREUS utilizavam um alfabeto muito próximo do fenício
arcaico, como o prova uma inscrição datada do Séc.X a.C..Desde que a língua e a escrita ARAMAICA se estenderam ao IMPÉRIO
PERSA, os Hebreus adotaram-nas. É assim que a escrita aramaica deu
origem ao hebreu atual, ou hebreu quadrado, tendo sida nomeada
escrita assíria pelos doutores de Israel. Mas, desde que o hebreu
se tornou numa língua morta, a necessidade de assegurar a compre-
ensão, a pronúncia exata e a modulação ritual do texto bíblico,
levou à criação de um sistema de acentuação extremamente complexo.

Os sistema de escrita HEBREU (ou escrita HEBRAICA) é o hebreu
Arcaico. Evoluiu para o HEBREU quadrado, também denominado de
JUDAICO. Este sistema é utilizado até os dias de hoje
ÉPOCA – 900 a.C. a 400 a.C.
CARACTERÍSTICA – Escrito da direita para a esquerda
FAMÍLIA – Alfabetos Semíticos Ocidentais
SISTEMA – Consonântico (sistema de escrita que usa apenas as
consoantes)

Entre os valores culturais que os HEBREUS dos habitantes de CANAÃ
a arte de escrever. Isto deve ter ocorrido entre os Séc. XII a XI
a.C.
Apesar de parecer estranho, mas as primeiras características
Próprias de escrita HEBRAICA podem ser observadas nas inscrições
MOABITAS do Séc. XI a.C., especialmente na inscrição que menciona
o pai de MESHA, KEMOSYAT, e a famosa PEDRA DE MOAB. Apesar da
linguagem ser MOABITA, um dialeto Cananeu, parente do HEBREU,
porem não idêntico, sua escrita é HEBRAICA. Estas inscrições
MOABITAS ilustram a primeira etapa da tradição escritural HEBRAICA.


ALFABETO HIEROGLÍFICO DO ANTIGO EGITO

ABUTRE – Ave falconiforme que representava a primeira letra do
Alfabeto.


ALFABETO HIEROGLIFOS HITITAS

Se bem que os monumentos revestidos de HIEROGLIFOS HITITAS tenham
atraído a atenção dos viajantes, arqueólogos e filólogos desde
há muito tempo, o seu segredo não foi ainda desvendado.
Contudo os especialistas parecem ter chegado a um acordo quanto a
diversas interpretações de pormenor, tal como o fato da língua
destes hieroglifos ser vizinha, mas diferente, da escrita HITITA.
Este fato é atestado pelos numerosos documentos escritos em
caracteres cuneiformes, cuja decifração se deve ao checo BEDRICH
HRONZNY.


ALFABETO LAOCIANO

O LAOCIANO caracteriza-se pela forma redonda, proveniente do
método de escrever e do suporte utilizado. Com efeito os signos
eram desenhados sobre folhas de latânia (árvore da família das
palmeiras) através de um ponteiro guiado por uma régua plana,
sendo seguidamente reunidas em forma de volume.
O LAOCIANO escreve-se da esquerda para a direita, tal como o
SIAMÊS, ao qual é muito aparentado. A ortografia é objeto de duas
concepções de forma a fazer prevalecer a forma etimológica sobre o
princípio fonético.


ALFABETO LATINO

Tal como o alfabeto ETRUSCO, tem a sua origem mais ou menos direta
no povo grego do sul de Itália, sendo, depois dessa época, fixado
no começo do Império, sem que desde então nenhuma modificação
essencial se tenha verificado. A sua expansão foi assegurada em
todos os países sujeitos à dominação romana.Os manuscritos mais antigos reproduziam, com leves alterações, a
escrita maiúscula das inscrições. Desta nasceu a escrita oncial e,
da cursiva romana, conhecida por ser utilizada em atos oficiais,
nasceram os caractéres minúsculos utilizados pelos copistas do
Ocidente.Os tipos latinos de imprensa reproduzem, lentamente, nas maiúsculas,
o desenho das inscrições romanas do Império e nas minúsculas, os
caracteres dos manuscritos carolíngeos do séc. XIX. Daqui nasceram
novas formas, como o itálico e o gótico.


ALFABETO RUSSO

Não é mais que o antigo alfabeto eslavo cirílico, que não sofreu
nenhuma reconstrução sistemática e cujo uso lhe trouxe simplesmente
algumas alterações: a junção de signos destinados a realçar as
diversas pronúncias de uma mesma letra e a supressão de signos correspondentes a sons que não eram utilizados.Fixado sob esta forma desde o reinado de Pedro o Grande, o Alfabeto
Russo sofreu algumas modificações recentes visando a simplificação.

IE -


ALFABETO SAMARITANO

Os habitantes de SAMARIA na GALILÉIA, conservaram a tradição da
antiga escrita fenícia para os seus livros sagrados, tendo os
HEBREUS adotado o Alfabeto Aramaico. Os samaritanos qualificam
até o seu alfabeto como hebraico.Os caracteres samaritanos têm numerosas semelhanças com os fenícios,
mas são muito mais ornamentados.


ALFABETO SÉRVIO

É uma adaptação do Alfabeto Cirílico Eslavo, realizado no Séc.XIX
pelo gramático VUK KARADJIC, que eliminou dois signos que já não
eram pronunciados e lhe acrescentou cinco novos signos. O Alfabeto Sérvio tornou-se assim, do ponto de vista fonético, um
dos mais conseguidos na Europa. Acrescente-se que a língua sérvia
pode também ser escrita através do alfabeto latino, enriquecido
com alguns signos especiais, sendo esta a escrita adotada pelos
católicos romanos da Croácia, enquanto que os ortodoxos da Sérvia
continuam fiéis à escrita cirílica.


ALFABETO TIBETANO

Foi composto no Séc.VII d.C. pela tradução de textos sagrados
do Budismo. Derivado das escritas cursivas utilizadas nessa
altura na INDIA CENTRAL, foi composto com um manifesto cuidado
de simplificação, graças a um rigoroso conhecimento da fonética.
A criação foi atribuída a THONMI SAMBHOTA, ministro do primeiro
Rei TIBETANO convertido ao Budismo, que terá trazido, em livros
sagrados, estas escritas das INDIAS.


ESCRITA ANGLO-SAXÔNICA

Nasceu duma deformação ligeira dos tipos latinos utilizados na
escrita ONCIAL dos manuscritos da Idade Média, aos quais foramacrescentados alguns signos provenientes do Alfabeto Rúnico.Um grande número de textos em verso e prosa, representandodialetos falados em INGLATERRA (o Northumbrien, o Mercien, o
Kentien e o Saxon) foram escritos a partir do Séc.IX com a ajuda
de caracteres ANGLO-SAXÓNICOS.


ESCRITA ÁRABE

Imposta em todos os países convertidos à religião muçulmana, deriva
da escrita dos NABATEUS, tendo o mesmo tronco comum dos Alfabetos
PALMÍRIO e ESTRANGELO.O Alfabeto Árabe alterou-se de diversas formas, consoante a épocas
e locais, distinguindo-se dois grupos principais :1. O ÁRABE DE CUFA, escrita reservada às inscrições e às cópias do
CORÃO destinadas ao uso litúrgico;2. O ÁRABE NESKHI, escrita redonda da época clássica, tendo como
duas formas principais o ÁRABE ORIENTAL e o ÁRABE DO MAGREB.Esta escrita é feita da direita para a esquerda, estando a maioria
das letras ligadas umas às outras. Cada letra revela, segundo a sua
posição na palavra, quatro formas ligeiramente diferentes (isolada,
inicial, média e final) de ligação a um único tipo comum.


ESCRITA AVESTA

Escrita utilizada para transcrever o texto sagrado de AVESTA
formou-se, em data desconhecida, por meio de elementos do alfabeto
PAHLEVI das inscrições, cujas formas mais antigas remontam ao início
da dinastia dos SASSÂNIDAS (Séc.III d.C.)Enquanto que o PAHEVI possui poucos signos, a língua AVESTA compreende
um sistema gráfico complexo que permite distinguir todas as nuances de pronunciação do texto religioso.


ESCRITA BRÂMANESA

Foi utilizada no Séc.III a.C. para transcrever os éditos do impera-
dor ASOKA. Era gravada em pilares e rochas espalhadas pos todo o
território da INDIA, menos na região nordeste, onde as inscrições
foram traçadas em caracteres KHAROSTI. Esta escrita era inicialmente
chamada MAGADHA, nome de um país situado perto de PATNA, no rio
GANGES, região central do IMPÉRIO DE ASOKA.O nome BRAHAMI designa, nos textos religiosos, a mais antiga escrita
da INDIA CLÁSSICA e terá sido inventada pelo deus BRAHMA, "criador
de todas as artes e ciências". O brâmanes, cuja origem é ainda incerta, apesar da tese que a faz
derivar dos caracteres fenícios, deu origem a todas as escritas
indianas.


ESCRITA CHINÊSA

Cuja existência é provada por textos com quatro mil anos, sofreu
nas suas formas gráficas uma longa evolução, particularmente desde
que o emprego da pena de escrever deu aos signos um aspecto anguloso.No início, a escrita chinesa era ideográfica, traduzindo idéias e
não sons. Entretanto, para traduzir palavras abstratas cuja trans-
crição gráfica era impossível, os chineses recorreram aos ideogramas
de objetos concretos, correspondente na língua a uma palavra com o
mesmo som. Deste modo um elemento fonético penetrará na escrita
ideográfica.


ESCRITA COPTA

A LÍNGUA COPTA (do árabe Kobt) representa o último estado da antiga
língua EGÍPCIA, acrescida de algumas palavras gregas e latinas.
Era escrita, não em signos hieroglíficos, mas em letras gregas. O alfabeto copta compreende, para além das vinte e quatro letras
gregas, sete signos provenientes do MEMÓTICO (antiga escrita EGÍPCIA utIlizada pelo povo), destinados a traduzir sons próprios da língua
EGÍPCIA.A partir do Séc.III d.C., a escrita copta era já usada correntemente.
Desde a conquista do EGITO pelos árabes no Séc.VII, o árabe ultrapassa,
no uso popular, a língua copta, que se mantém até ao Séc.XIX como
língua litúrgica das igrejas e conventos.


ESCRITA CUNEIFORME

Inventada pelos SUMÉRIOS, povo estabelecido na BABILÔNIA desde o
Séc.IV a.C., é uma escrita ao mesmo tempo ideográfica e fonética.
Na origem, cada signo designava um objeto, tendo passado depois a representar o som correspondente a esse objeto, tornando-se assim
um simples elemento fonético. Seguidamente o mesmo signo foi
adotado para traduzir idéias muito próximas da idéia primitivaA escrita cuneiforme, utilizada na BABILÔNIA até à era cristã,
evoluiu consideravelmente ao longo do tempo no sentido da simpli-
ficação e regularidade. Um grande número de textos HITITAS e
HURIRTAS foi igualmente transcrito através de caracteres
cuneiformes.


ESCRITA ETÍOPE

Utilizada pela primeira vez em inscrições datadas do Séc.IV d.C.,
desviou-se sensivelmente da escrita do Sul da Arábia, donde é
proveniente. Com efeito, não só a forma e o número de letras se
modificaram, como também o sentido da escrita, provavelmente por
influência grega, se dirige da esquerda para a direita.O caracteres etíopes permitiram transcrever o etíope antigo,
obsoleto no Séc.X, transformando-se numa única língua erudita e
religiosa. O novo etíope passa então a ser a língua oficial do
IMPÉRIO ABISSÍNIO.

ESCRITA GÓTICA

No final do Séc.IV, WULFILA, Bispo dos GODOS instalados no curso
do DANÚBIO, cria a Escrita Gótica, tendo em vista a tradução, na
sua língua, dos textos sagrados. Esta escrita é igualmente chamada
MOESO-GÓTICA para se distinguir dos caracteres alemães, conhecidos
por góticos. Estes foram inspirados no Alfabeto Grego. Para fazer
sobressair os sons que o grego não possuía, WULFILA recorreu aos
signos rúnicos.O alfabeto gótico teve uma existência efêmera, sendo hoje objeto
de uma simples curiosidade, sendo os textos góticos transcritos em caracteres latinos.

O termo Gótico, utilizado correntemente para designar os caracteres
ALEMÃES, não deve induzir em erro. Com efeito, se bem que os alemães
tenham hoje o monopólio da escrita quebrada, esta escrita não é de
origem ALEMÃ.Enquanto os caracteres latinos reproduzem a minúscula do Séc.XI, os primeiros impressores alemães escolheram para modelo a forma que a
minúscula tinha ganho , em todo o país, no final da Idade Média.
Desde o fim do Séc.XII, os copistas começaram a quebrar as curvas harmoniosas das letras e o aspecto anguloso que caracterizam
atualmente os caracteres alemães. O nome técnico desta escrita é precisamente escrita quebrada.


ESCRITA GREGA

De origem SEMÍTICA, provem diretamente do Fenício Arcaico. Todavia,
ao adotar este alfabeto, os Gregos procederam a modificações impor-
tantes: fizeram-no regressar a uma escrita realizada da esquerda
para a direita, transformando as vogais em letras especiais.Fixado desde o princípio do Séc.V a.C., impôs-se a todo o mundo
HELÊLINO pelo prestígio da Civilização Ática, sem sofrer grandes
alterações.


ESCRITA HIEROGLÍFICA

Foi utilizada no EGITO desde o Séc.V a.C. ao Séc.IV da nossa era.
Na origem, cada signo reproduzia direta ou indiretamente o objeto
evocado, mas cedo os signos adquiriram um valor fonético que sesobrepôs ao valor ideográfico, sem contudo o substituir.Os hieróglifos serviam tanto as tradições profanas como sagradastendo sido gravados em baixos ou altos relevos sobre uma matériadura (pedra, madeira ou metal). Os signos hieroglíficos foram
desenhados em linhas verticais ou horizontais, podendo a leitura
ser feita da esquerda para a direita ou vice-versa, sendo o sentido
fixado pelos signos figurativos dos homens ou animais, tendo estes
a cabeça voltada para o início da linha.


ESCRITA IBÉRICA

Agrupa diversos alfabetos utilizados pelas populações indígenas da
península durante as últimos séculos que procederam a era cristã.
Cada povo (Tártaros ao Sul, Lusitanos a Oeste, IBEROS a Este e
os VASCONÇOS a Norte e Nordeste) tinham a sua civilização. Os
ensaios de decifração tentados em diversas épocas desde o Séc.XVI, permitiram identificar diversos alfabetos idênticos, que apresenta-
vam traços da escrita grega, de antigas escritas itálicas e mesmo
de escrita LÍBIA.


ESCRITA JAVANESA

Deriva de um alfabeto do Sul da ÍNDIA. Os diversos aspectos desta
escrita são visíveis em textos epigráficos, sendo o mais antigo,
uma inscrição redigida em sânscrito (língua sagrada da India),
encontrada em CAUGAL, no centro da Ilha de JAVA, datada de 6 de
Outubro de 732. Uma outra inscrição de 28 de Novembro de 760,
realizada com a ajuda de um alfabeto diferente, foi encontrada a
Este da mesma ilha, em DINAYA. Ela representa o primeiro elemento
de uma série de documentos epigráficos cuja forma, após diversas
alterações, condicionou os caracteres tipográficos modernos dos
alfabetos orientais de JAVA.Esta escrita possui uma particularidade que consiste na introdução,
no principio ou no interior de algumas palavras, de letras compará-
veis às maiúsculas dos alfabetos latinos e que se destinam unicamen-
te a conferir a estas palavras um caráter honorífico e respeitável.


ESCRITA KHAROSTRI

Anteriormente denominada INDO-BACTRINA, retirou o seu nome da
tradição indiana. Escrita da direita para a esquerda, tem a sua
origem na escrita ARAMAICA introduzida pelos escribas da adminis-
tração dos PERSAS, depois da conquista do Baixo INDUS por DARIUS,
no final do Séc.VI a.C.Para responder às exigências impostas pela adoção de uma nova língua,
a escrita ARAMAICA foi alterada pelos gramáticos indianos ou sob sua inspiração. Com efeito estes sábios, aplicados na conservação da
pronúncia exata dos textos védicos, possuíam um conhecimento profunda
da fonética. A utilização desta escrita pode ser provada pelas moedas de BACTRIANA,
bem como por algumas inscrições gravadas por ordem do Rei ASOKA, cerca
do Séc.III a.C.


ESCRITA KHMÉRE ou CAMBODJANA

Teve diversas formas, sendo a mais antiga a que compreende o período
entre o Séc.V e o Séc.IX da nossa era. No séc. IX, a civilização de
ANGKOR refletiu-se na escrita por formas propriamente CAMBODJANAS,
donde são originários os Alfabetos SIAMÊS e LAOCIANO (do Laos). Ao
longo do período clássico, que se estendeu do Séc.IX ao Séc.XIV, a
escrita KHMÉRE conheceu três formas sucessivas, caracterizadas por
formas redondas, depois quadradas e por fim mistas.Na segunda metade do Séc.XIV apareceu a escrita moderna nos seus
três aspectos: o MUL, o KHAM e o JRIEN. Os dois primeiros eram
reservados à caligrafia dos textos sagrados, sendo terceiro, cursivo, utilizado nos usos profanos.


ESCRITAS LÍBIAS

As inscrições LÍBIAS foram encontradas nas ilhas CANÁRIAS, em todo
Norte de ÁFRICA, particularmente na TUNÍSIA. Estas inscrições
continham frequentemente signos idênticos às formas do alfabeto
TIFINAG (Tuaregue). A escrita LÍBIA é um sistema alfabético aparen-
temente limitado à transcrição de consoantes. Apresenta-se em linhas horizontais, traçadas da direita para a esquerda ou em linhas
verticais traçadas de baixo para cima.Esta escrita, em que cada signo parece não ter o mesmo valor nas
diversas regiões, não encontrou até hoje uma interpretação
satisfatória.


ESCRITA MAIA

O nome de MAIA designa a língua falada na península de YUCATAN e
pertence às famílias dos idiomas primitivos da América Central.
O Maia desenvolveu-se como uma escrita ideográfica cujas primeiros caracteres foram conhecidos na Europa graças aos manuscritos enviados
por CORTÈS a CARLOS V.


ESCRITA MANDJOU

Deriva da escrita MONGOL, utilizada desde 1599. Um sistema de signos, utilizado depois de 1632, tornou-a mais racional. Na sua forma atual
é uma escrita silábica, sendo formada por doze grupos de signos: o
primeiro compõe-se de sílabas abertas (vogal ou consoante mais vogal)
e os outros onze grupos têm como base o primeiro grupo a que se
juntam os sons i, r, ng, s, t, p, o , l, e, m.


ESCRITA NAGARI

Conhecida igualmente por DEVANAGARI, apareceu na sua forma clássica
cerca do Séc.XIII. Utilizado na INDIA CENTRAL, principalmente na
cidade de BENARÉS, ajudou na transcrição do HINDI, língua local, e
do sânscrito, língua erudita e sagrada.No início do Séc.XIX, esta escrita foi adotada em BENGALA e na
EUROPA para a impressão de textos em SÂNSCRITO e PRÂKITO. Foi
depois muito utilizada, mesmo em regiões onde ela era pouca conhe-
cida, suplantando, pouco a pouco, todas as escritas locais na
impressão do sânscrito.O NAGARI apresenta-se muito próximo dos tipos utilizados em CALCUTÁ
no início do Séc.XIX.


ESCRITA NESTA’LIQ

A Escrita NESTA’LIQ, ou escrita suspensa, utilizada pelos PERSAS,
Foi inventada no final do Séc.XIV por MIR’ALI, calígrafo de TABRIG.
Ele inspirou-se no NESKHI (escrita ÁRABE utilizada na PÉRSIA durante
Toda a Idade Média) e no TÁLIG (escrita utilizada nas chancelarias
diplomáticas). O nome de escrita suspensa provém da particularidade
de cada palavra escrita obliquamente começar sobre a linha, para
acabar abaixo desta.


ESCRITA PALMÍRIA

A Escrita PALMÍRIA está representada por documentos repartidos no
período compreendido entre o ano 9 a.C. até 273 d.C., data do saque
da cidade de PALMÍRIA por AURÉLIO. A expansão desta escrita está
intimamente ligada ao desenvolvimento do comércio de PALMÍRA que,
desde o Séc.I a.C. até ao Séc.III d.C., monopolizou as transações
entre os países ocidentais e a MESOPOTÂMIA.Esta escrita caracteriza-se por uma ornamentação sobrecarregada,
composta de círculos, argolas e rubricas, e que é fruto da substi-
tuição do pincel pela cana aramaica.


ESCRITA PERSOPOLITANA

Escrita PERSOPOLITANA, cujos primeiros vestígios foram descobertas
nas ruínas da cidade de PERSÉPOLIS,é uma escrita cuneiforme utili-
zada para transcrever a língua persa na época dos reis AQUEMÉNIDA
(Sécs VI - IV a.C.).É uma escrita quase alfabética, na qual a vogal é considerada como
inerente à consoante. Se bem que a tradição grega atribua a invenção
destes caracteres a DARIUS, a sua origem continua incerta.


ESCRITA RUNAS

O nome RUNAS, do germânico RUNO, que significa secreto, aplica-se aos caracteres que os povos germânicos utilizaram antes da sua conversão
ao cristianismo. Distinguem-se as RUNAS escandinavas, utilizadas na
Noruega, na Suécia e Dinamarca, as RUNAS alemãs utilizadas pelos
saxões do Norte do Elba e as RUNAS dos anglo-saxões.As RUNAS, quase todas gravadas sobre rochas ou túmulos, nunca serviram
na prática literária. Caíram em desuso na Alemanha no Séc.VIII e em Inglaterra no Séc.X, logo que estes povos aderiram ao cristianismo e adotaram a escrita latina. Manteve-se na Escandinávia até ao Séc.XIV, podendo-se encontrar, em algumas províncias suecas, ainda no início do Séc.XX, camponeses que sabiam ler as RUNAS locais. Este alfabeto que
deriva de uma mistura de letras gregas e latinas, parece ter sido
inventado no início do Séc.III d.C. pelos GODOS instalados na costa
Nordeste do Mar do Norte, na junção da civilização helénica com a
Romana.


ESCRITA SIAMESA

A Escrita SIAMESA (do SIÃO) deriva da escrita KHMÉRE, distinguindo-
se desta por certas particularidades: modificação sensível do desenho
das letras, inexistência de formas auxiliares de combinação para as consoantes, precisão perfeita das entonações dos acentos e possibi-
lidade de transcrição exata de todas as palavras sânscritas introdu-
zidas na língua.Estas observações permitem concluir que a escrita siamesa parece ser
a consequência, não de uma alteração gradual proveniente de um uso prolongado, mas sim de uma transformação refletida e súbita.
A tradição atribui esta reforma aos brâmanes estabelecidos no país
que, ajudados pelos línguistas siameses, pretenderam fundar um novo
sistema de escrita, melhor adaptado às necessidades de uma língua monossilábica de entonações variadas.


ESCRITA SIRÍACO

O SÍRIACO, escrita utilizada pelos JACOBITAS, adquire um aspecto
particular sob influência da anterior utilização dos escribas de
signos desenhados de alto a baixo, tendo o leitor que endireitar a
folha para ler o texto da direita para a esquerda.O alfabeto JACOBITA adotado pelos MARRONITAS, foi frequentemente
utilizado em edições modernas.


ESCRITA SUL-ARÁBICA

Da Escrita SUL-ARÁBICA e da sua língua, igualmente chamada dos
SABEUS do reino de SABÁ ou HIMIARITA, poucas informações são conhe-
cidas. Alguns dialetos falados no ESTE do IEMENE, na costa do Sul
da ARÁBIA e na ilha de TOKOTO, foram considerados como vestígios
modernos desta língua. Nenhum manuscrito foi encontrado, sendo os
principais documentos em caracteres sul-arábicos representados por inscrições sobre rochas ou barras de bronze. As letras desta escrita são notáveis pela abundância de linhas
direitas, apresentando frequêntemente diversos signos para um mesmo caractere.


ESCRITA TAMIL

O TAMIL pertence à família das línguas dravídicas, que agrupa
diversos idiomas da INDIA meridional. O TAMIL possui uma literatura abundante e uma epígrafia considerável. As inscrições mais antigas
foram encontradas sobre cerâmicas descobertas em VIRAPATNAM, perto
de PONDICHERY, no início do Séc.I d.C..Esta língua nasceu com a ajuda de uma escrita vizinha do BARAMANEZ
de ASOKA, mas adaptado à fonética TAMIL. Esta escrita, depois de
completa e ligeiramente alterada, continua a ser utilizada atualmente.
As primeiras impressões em língua TAMIL remontam ao séc. XVI, depois
da introdução da imprensa, em 1577, por parte da missão portuguesa do MALABAR.


ESCRITA TIFINAG

A Escrita TIFINAG, de origem desconhecida, é atualmente utilizada
pelos TUAREGUES no desenho de inscrições em objetos como pulseiras,
ou sobre rochas.Uma escrita alfabética limitada, em princípio, à grafia de consoan-
tes e da vogal final. As inscrições tomam todas as formas: linhas
verticais escritas de baixo para cima e vice-versa, linhas horizon-
tais escritas da esquerda para a direita ou da direita para a
esquerda. Certas letras orientadas permitem guiar o leitor.Mais de seiscentas inscrições foram recolhidas tanto no Sara como no
SUDÃO, apresentando numerosas variações gráficas, consequência da
dispersão de grupos tuaregues num vasto território.


ESCRITA TURCOS EUROPEUS

Os TURCOS EUROPEUS e do Próximo Oriente conheceram diversas varieda-
des de escritas. Abraçando a religião muçulmana, adotaram o alfabeto
ÁRABE, modificando alguns caracteres pela junção de signos diacríti-
cos, no sentido de representar os sons estrangeiros ao semítico.Anteriormente utilizavam o GIRMA para os registros e o SIYAQA para
as finanças e contabilidade. Até ao início do Séc.XX conservaram,
tal como as tradições das antigas chancelarias de BAGDAD, EGITO e
PÉRSIA, a escrita DÎVÂNI, reservada aos diplomas de investidura. Recentemente os TURCOS renunciaram a esta escrita, adotando o
alfabeto latino.


RUNA – Cada um dos caracteres dos antigos alfabetos GERMÂNICO
e ESCANDINAVO – Cada um dos caracteres de que se serviam
os povos NÓRDICOS na escrita

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